As crianças com excesso de peso têm melhores desempenhos a matemática se praticarem exercício físico. É a conclusão de um estudo que envolveu 171 crianças, com idades entre os sete e os 11 anos. Nenhuma praticava exercício físico antes do início da investigação.
Depois de um estudo recente ter alertado os pais para a influência da alimentação no QI, fica agora provada a relação entre a prática de exercício e o desempenho escolar. Segundo os autores do estudo, ficou demonstrado que a boa forma física é determinante para a boa forma mental e que a prática de exercício deve fazer parte, diariamente, da rotina escolar. Só assim as crianças poderão atingir todo o seu potencial a nível cognitivo.
Para além da análises dos resultados escolares, foram usadas técnicas de ressonância magnética para avaliar a actividade cerebral das crianças. No grupo de crianças que começou a praticar regularmente exercício notou-se um aumento da actividade cerebral no cortex pré-frontal, zona envolvida no pensamento complexo, na tomada de decisões e no comportamento social adequado. Estas crianças revelaram mais rapidez na aquisição de competências cognitivas nomeadamente na disciplina de matemática. Nesta área, as melhorias foram muito significativas. Já na leitura, não houve registo de grandes alterações.
Os investigadores da Universidade de Ciências da Saúde da Georgia sublinham ainda que quanto mais tempo dura o exercício, melhores são os resultados. Os níveis alcançados nos testes de inteligência melhoraram 3,8 pontos no grupo de crianças que passou a praticar 40 minutos de exercício por dia, e manteve esse ritmo durante três meses. No grupo de crianças que passou a praticar apenas 20 minutos de exercício por dia, os resultados melhoraram, mas apenas ligeiramente.
O plano de exercícios seguido é considerado vigoroso, tendo incluído actividades que exigem corrida, cordas de saltar e hula-hoops. Os investigadores consideram que é o movimento corporal, mais do que as mudanças a nível cardiovascular, que está na origem dos melhores resultados a nível de desempenho cognitivo. É possível que actividades físicas intensas promovam o desenvolvimento de sistemas cerebrais que estão na base do desenvolvimento cognitivo e comportamental. É de esperar portanto que os resultados deste estudo se apliquem também a crianças sedentárias, com peso normal.
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Comentário:
Nada de ilusões! Este estudo foi feito do outro lado do atlântico, no país do fast food, onde os gordos são ainda mais gordos que nos restantes países. Mas a serem verdade as conclusões destes estudo, significa que os americanos poderão começar a operar mudanças no dia-a-dia.
Por cá...bom, como aqui as coisas boas só chegam 10 ou 20 anos depois, vamos continuar a assistir à desvalorização ou subvalorização dos múltiplos benefícios do exercício físico regular, e continuaremos pais a penalizar alunos, proibindo estes últimos de participar em actividades desportivas, e professores que não mudam testes ao alunos seleccionados para representar a sua escola em fases regionais, e mais incrível, atletas de alta-competição impedidos de fazer frequências e exames em épocas especiais porque os professores não querem ter trabalho extra.
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