segunda-feira, 23 de junho de 2008

I Maratona BTT Rota da Lagoa - Óbidos


No dia 15 de Junho de 2008, o Sport Clube do Bairro, em Óbidos, organizou a I Maratona BTT Rota da Lagoa. Antes de mais, quero dar os parabéns à organização pela qualidade geral do evento. Na minha opinião, fizeram bem em limitar as inscrições a 200 betetistas para a primeira edição. Assim, na segunda edição, com um limite de participantes superior, já podem melhorar o que não correu tão bem; e foram poucos os apectos menos positivos.



Achei muito interessante e positivo o facto de muitas pessoas não-jovens e sem qualquer experiência no assunto se envolverem na organização. Souberam receber bem os participantes e notou-se empenho para que tudo resultasse bem. E acho que, na generalidade resultou: não se verificaram atrasos significativos na partida; o percurso estava bem marcado; o percurso era bastante rolante e com umas "maldadezinhas" já no final, mas sem grandes dificuldades técnicas, com a excepção da areia característica da zona onde decorreu a prova; não teve motas a levantar pó; os banhos com água quente; a comidinha boa e servida à mesa, e; a entrega de prémios a horas. Gostei e aprendi com esta gente simpática!


Sugestões:
- fitas maiores, diferentes do habitual para causar maior contraste com a vegetação e mais próximas umas das outras;
- em alguns cruzamentos (poucos) a setas laranja estvam um pouco escondidas. Não nos perdíamos, mas enganavam à velocidade que alguns "cromos" se deslocavam;
- disponibilizar mais alicates para controlo dos participantes. Em grupos numerosos, a falta destes objectos e de prática, pode levar à perda de tempo desnecessário dos participantes e atrapalhação de quem está a picar o frontal;
- chamada ao pódio dos 3 primeiros classificados masculinos e femininos logo após a prova. Acho que fica bem consagrar logo ali, enquanto existe público, os melhores atletas. E, no final do almoço, fazer a entrega de prémios final a todos os que tiverem que ser chamados. Penso que uma situação não prejudica a outra.


Se tudo correr bem, até para o ano!



Classificação final:
1º Marco Sousa em 02:39:40

2º Bruno Sousa em 02:39:41

3º Rui Galinha em 02:45:33
4º Ismael Graça em 02:45:44

5º Hugo Moreira Pereira em 02:45:45
6º Pedro Pinheiro em 02:48:26 (3º Vet A)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

I G.P. da Batalha

Habituado que estou a competir em provas de ciclismo de estrada desde 1999, este tipo de competições são para mim uma rotina, ou seja, passa a ser quase tudo igual. Quase...porque de quando em vez surgem algumas surpresas muito agradáveis. Um dessas surpresas com bastante qualidade, quer em termos de condições para o público como para os atletas, foi o I G.P. de Ciclismo, realizado em Batalha na 3ª-feira, 10 de Junho. Na zona desportiva de Batalha, todos os agentes desportivos tinham à sua disposição tudo o que é essencial para o desenrolar de uma prova deste género: secretariado, balneários, casas de banho, bares, partida, meta, e sombras para o público se proteger do Sol intenso e, simultaneamente, visualizar as 8 passagens dos ciclistas após cada volta com cerca de 9,5 kms.
Quanto à prova, naquele quente feriado em que os ciclistas comemoraram à sua maneira o Dia de Portugal, ou seja, pedalando e sob uma temperatura (finalmente) típica de Verão, às 15:30, mais de uma centena de ciclistas de quatro categorias diferentes partiram decididos para enfrentar um circuito muito exigente fisicamente, no qual, logo após o primeiro quilómetro, surgia uma subida íngreme e longa, finda a qual se encontrava a meta de montanha. A descida que se seguia e uma secção em terreno plano, pareciam ser suficientes para recuperar antes da segunda subida, esta mais curta mas com uma percentagem de inclinação muito elevada, obrigando os ciclistas a pedalarem em pé e a utilizarem desmultiplicações reduzidas. No ponto mais elevado do percurso, o pelotão percorriam uma zona plana a qual, aparentemente, permitia alguma recuperação, não fosse o facto de alguns ciclistas acelerarem a corrida nessa fase, para impedir que os outros mais atrasados na subida anterior recolassem ao pelotão. Descendo vertiginosamente para a meta, volta após volta, o pelotão, cada vez menos numeroso, acelerava para cumprir a volta que se seguia.
O calor, o forte ritmo imposto pelos ciclistas mais bem preparados num percurso tipo "montanha russa" e o desgaste físico próprio de uma competição de ciclismo, foram fragmentando o pelotão e obrigando à desistência de muitos dos participantes que alinharam à partida. E, no final, ganhou mesmo o ciclista mais bem preparado para um percurso onde apenas os melhores conseguiam desafiar e vencer todas as dificuldades do dia: parabéns ao José Silva do Clube de Ciclismo de Salvaterra!!!
Tive oportunidade de elogiar o trabalho da organização junto do principal responsável pela mesma - o Joaquim Trindade -, bem como lança-lhe um desafio: organizar naquele circuito o Campeonato Nacional de Estrada para Veteranos A, B, e C.
Têm todas as condições para acolher para o sucesso dum evento com aquelas características.
Quanto ao que menos interessa - a minha classificação -, não terminei no pelotão...mas também não desiti.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Não sabe, não mexe!

Pratico desporto de competição desde os 12 anos de idade e sempre me habituei a realizar a minha prática desportiva com regras bem definidas. Nessas regras, incluem-se os espaços/recintos de jogo com todas as áreas, linhas e percursos, de preferência, bem marcados e sem margem para dúvidas, fossem os de desportos colectivos ou os dos desportos individuais. Assim, no Atletismo, por exemplo, quando fazia salto em comprimento, sabia que tinha que realizar a corrida de balanço num corredor, fazer a chamada sem pisar a areia/plasticina e cair na caixa de areia para depois o salto ser medido. Mas, quando fazia corta-mato, aparentemente, poderia ser mais complicado. Mas só aparentemente, porque a organização tinha o cuidado de definir e marcar bem o percurso e nós, os atletas, fazíamos o reconhecimento do mesmo para termos a certeza que não iríamos ser surpreendidos pela negativa.
Quando passei para o Duatlo e Triatlo, os percursos cobriam áreas muito maiores e, sobretudo, em águas abertas, para nos orientarmos a bóias de grandes dimensões são uma ajuda preciosa. Quanto aos percursos de ciclismo e corrida, de vez em quando, surgem situações de dúvida e, algumas das quais, podem representar perigo de vida para os atletas, caso estes não redobrem a atenção.
No último ano e meio, passei a dedicar mais tempo ao treino e competição em bicicletas de todo-o-terreno. Prática esta que é muito do meu agrado, por ser realizada com o meu veículo preferido - a bicicleta - e por estar em contacto com a natureza, com tudo o que a mesma nos proporciona, inclusive, os percursos com altimetria de grande contraste e/ou com obstáculos naturais para transpor. Não sou dotado de grande técnica, mas noto uma considerável evolução, desde o início desta nova aposta competitiva até ao presente momento, fruto de um aumento progressivo das horas de treino, mas também de uma melhoria significativa do material utilizado.
Quando circulo sozinho em treinos, o meu sentido de orientação não é particularmente apurado, mas também não me perco irremediavelmente numa floresta e acabo por encontrar ao fim de pouco tempo o tal trilho que me leva de volta ao percurso previamente definido.
Mas, em competição, é OBRIGAÇÃO da organização definir um percurso ciclável, medi-lo com rigor, sinalizá-lo por completo - pelo menos, com setas no chão, fitas e placas bem visíveis e relativamente próximas umas das outras -, para que, como costumo dizer por piada, até um "míope, daltónico e sem qualquer sentido de orientação" possa realizar sozinho todo o percurso do início até final sem se enganar e perder uma única vez que seja e, por último, oferecer condições de segurança (telemóveis de emergência, elementos da organização bem identificados ao longo de todo o percurso, forças policiais em locais de passagem por estradas de alcatrão, assistência médica junto do locais mais perigosos, estando estes previamente identificados e sinalizados, etc).
Contudo, actualmente, é moda, realizar eventos destinados a bicicletas de todo-o-terreno; não faltam de Norte a Sul e Ilhas de Portugal, no mesmo fim-se-semana, passeios, raids e mini-raids, maratonas e meias-maratonas, travessias e outras designações apelativas para chamar participantes, umas vezes pelo percurso, outras pelos prémios finais. Como consequência da proliferação destes eventos, até já há participantes a puxarem da calculadora para fazerem contas sobre qual o evento que oferece melhores condições (valor da inscrição, brindes finais, almoço, lavagem das bicicletas, etc) e menos despesas (combustível, portagens, alimentação, dormida, valor da inscrição) para depois esgrimirem argumentos nos fóruns da especialidade. Certo! Estão no seu direito de o fazerem e cada um deve orientar a sua prática da actividade física de acordo com as suas motivações.
Voltando às organizações de eventos para bicicletas de todo-o-terreno e resumindo por agora o assunto: nem todas têm qualidade para realizar estes eventos. Ora porque não têm conhecimentos suficientes ou por insuficientes recursos materiais, humanos e financeiros e, mais garve, quando acumulam ambas dificuldades, e, nestes casos, não deveriam sequer pensar em organizar algo para o qual não têm capacidade, sob pena de poder colocar em perigo a segurança e saúde dos participantes ou, no mínimo, dar origem a situações de conflito entre participantes e entre estes e a organização, por exemplo, quando um percurso não está bem marcado e origina dúvidas e enganos.
Para concluir, condeno em particular as organizações que por capricho de um ou vários elementos ou por visarem o lucro com a realização do evento, iludem os participantes e, no final, constatasse a inequívoca falta de qualidade do produto final apresentado. Por isso, fica um conselho: se não sabem, não mexam!!!