sábado, 8 de outubro de 2011

Porquê um treinador à distância?

Desde que coloquei online este blogue, em 11 de novembro de 2007, já perdi a conta aos emails recebidos de atletas amadores a solicitarem apoio, ajuda, aconselhamento e planos de treinos, para os mais diversos objectivos.

A título pessoal e profissional, é com orgulho que recebo estas solicitações, porque simbolizam o reconhecimento de um percurso com alguns marcos a assinalar sucessos desportivos, bem como pela experiência adquirida ao longo de 25 anos e praticante desportivo federado de competição.

A todos tenho respondido de forma direta, sincera e honesta, emitindo a minha opinião - sem que esta seja vinculativa -, para que o destinatário se sinta esclarecido e possa, com a informação recebida, atingir o objectivo pretendido.

A todos tenho recusado planos de treino, fugindo a uma troca comercial, de cariz quase mercenário, em que o atleta e o treinador não se conhecem pessoalmente, limitando-se ao contacto virtual, através de troca de emails, sms, telefonemas e envio e recepção de ficheiros com planos e registos de treino e...depósitos bancários, frequentemente sem a respectiva emissão de recibos. Ou seja, um treinador virtual, que controla(?) o processo de treino quase quase exclusivamente a partir do seu escritório, com lucro assinalável e livre de impostos, muita vezes, decalcando planos de treinos daqui e dali, mas vendendo os mesmos como um produto altamente personalizado.

Por não concordar com esta forma de trabalhar de alguns treinadores, tenho cobrado ZERO cêntimos por cada vez que respondo a um pedido de opinião.

Contudo, tenho curiosidade -  para já apenas isso mesmo -, sobre este fenómeno crescente que é: a procura de um treinador à distância.

Exposto o assunto, as questões que se seguem são tudo menos, inocentes.

Questão 1 - Por que motivo(s), um atleta amador, procura o aconselhamento e serviços de um treinador, mesmo que à distância?

Questão 2 - Concretamente, o que espera um atleta, em termos de quantidade e qualidade de serviços, de um treinador?

Questão 3 - Partindo do princípio que o atleta irá obter um bom grau de satisfação, em relação aos serviços de um treinador, quanto é que seria o valor justo e aceitável e pagar por mês pelo respectivo serviço?

Questão 4 - Tem mais questões?  :-)

Todos os visitantes deste blogue estão convidados a expressarem o seu ponto de vista, de forma construtiva, através do espaço abaixo, destinado a comentários, ou para o email pedrommpinheiro@gmail.com .

Participem!

28 comentários:

João Correia disse...

Em minha opinião, o melhor post que alguma vez li neste espaço. porque pertinente, oportuno também, objetivíssimo e muito muito interessante. Para além de desassombrado.

Grande abraço, TriPê.

João Correia disse...

Porque as questões levantadas exigem reflexão, deixei para à posteriori o verdadeiro comentário opinativo. Vou-me centrar apenas na questão da "distância" por através dela poder incluir as outras.
E porque não um treinador à distância? Na época em que vivemos, onde o exemplo do e-learning vem colmatar ou corrigir o acesso à formação para mais uns quantos, porque não poder dirigir a preparação de atletas à distância, se esta souber proteger a relação de empatia, fidelidade, confiança, se ela poder transportar para os atletas a mensagem pretendida, também os resultados se efetivarão. Quantos treinadores presentes estarão na realidade ausentes? O problema, em minha opinião, é que o meio não é o obstáculo. Mas a forma como esse meio é utilizado para o alcance dos fins a que se propõe, esse sim. Não me refiro a uma utilização exclusiva da ausência do treinador, mas poderá ou deverá o treinador estar sempre presente na preparação de um atleta? Haverá personalidades e personalidades, é bem verdade. Uns mais adaptativos ao género que outros, mas em si, a distância não tem de ser impeditiva de uma boa e eficaz preparação de um atleta. A outra relação com este assunto será o nível do(s) atleta(s). Se nos referirmos a um nível de performance elevado, já terei de considerar que a presença do treinador em momentos críticos da preparação daquele será imprescindível. Mas, como penso que te referes a atletas amadores, vivemos em tempos em que as distâncias estarão mais dentro de nós que fora.

Forte abraço, Tripê.

Triatleta disse...

Obrigado João!

Ênfase colocada em:
- nível do praticante;
- qualidade do trabalho.

Aceitam-se mais contributos.

Unknown disse...

Oi Pedro. Aqui vai a minha opinião a um tema que achei muito interessante. Desde já os parabéns por o teres lançado aqui no blogue.
Questão 1 – Acho que as razões são variadas. Mas basicamente acho que tem haver com o objectivo do atleta em querer evoluir e atingir novos patamares na sua performance. Só assim se justifica o uso de um treinador, mesmo que à distância.
Questão 2 – Nunca tive nenhum, mas visualizando essa hipótese o que eu esperaria era: Planeamento das cargas e tipos de treinos mediante os objectivos estipulados; optimizar as características intrínsecas do atleta, identificar e melhorar os aspectos menos positivos do atleta, servidor de “moleta” para momentos menos bons. Isto tudo pode ser feito de várias maneiras. Mas isso já é outro assunto.
Questão 3 – Isso depende muito Pedro. Cada caso é um caso e detesto generalizar.
Questão 4 – Não é propriamente um questão mas mais uma ideia para discussão:
Acho que um treinador (seja á distância seja presencial) só faz sentido quando o nível dos atletas já bastante elevado. Acho que há um espectro grande de evolução em cada um de nós que nos permite, com uma postura de autodidacta, conhecer e compreender certos aspectos do treino e evoluir até a um determinado ponto. Também não é menos verdade que uns têm mais essa noção e essa vocação do que outros, mas no geral acho que todos podem “dispensar” o treinador numa fase inicial se assim o entenderem. No meu ponto de visto ainda ponho as coisa da seguinte maneira: acho que um treinador de natação é muito mais importante do que um treinador de ciclismo ou corrida. É uma disciplina muito técnica e que pode fazer a diferença de muitos minutos no tempo final. O ciclismo e a corrida não tem muito que saber a nível técnico, e com um pouco de conhecimentos das intensidades e volumes de treino a coisa vai.

Isto tudo faz sentido de falarmos de amadores. A nível profissional tudo isto que disse pode não ser verdade pois a realidade e a exigência é outra.
Mais havia para dizer, mas está tarde e tenho que ir bulir amanhã ás 6:30.. 
Um grande abraço.

Triatleta disse...

Obrigado Pedro!

Concordo quanto à necessidade do treinador de natação. Mas não concordo quanto à "não necessidade" do treinador de atletismo e ciclismo. Correr e pedalar, aparentemente, são actos motores simples e com reduzida exigência técnica, parecendo ser apenas necessário ter equilíbrio, coordenação, força, resistência e velocidade, e depois o treino faz o resto. Aparentemente é assim, mas para se pedalar e correr de forma eficiente, nem que seja de forma pontual, a presença de um treinador/técnico experiente pode fazer a diferença, sobretudo se pensarmos que cada ciclo é repetido milhares de vezes.

Admito que, graças à informação disponível hoje em dia nos livros, revistas, sites e blogues, um cidadão tenha condições para, através de um autodidatismo, atingir o nível de performance interessante. Mas, e o tempo, dinheiro investidos e expectativas criadas em todo esse processo justificam-se? E os erros cometidos nas várias experiências efectuadas? Poderá um treinador, ao actuar de forma pedagógica - ao treinar e ensinar o atleta -, encurtar esse processo e ser mais eficaz?

Um abraço.

Paulo Ferreira disse...

Boas Pedro,

Não me vou alongar muito, para já, mas gostava de colocar aqui uma contra-questão: Será que todos os treinadores que não são à distância, estão efectivamente presentes no treino? Será que o acompanhamento que eles fazem do(s) seu(s) atletas é tão personalizado quanto isso? Estar presente nem sempre significa dar o apoio que é necessário. Isto a um nível mais amador.

Abraço

Miguel Andrade disse...

Pedro,

Existe informação em livros, etc. o problema é que não é aplicada individualmente, o que é muito importante. Assim não se perde tempo a treinar e não há lesões.

Falo por experiência própria. Já estive nas duas situações e prefiro ter um treinador por perto. Não é fácil para quem tem um emprego mas só o de encontrar alguém para falar e puxar e ter um grupo de treino é outra coisa.

Abraço,

Miguel

Triatleta disse...

Obrigado Paulo!

Questão extremamente pertinente, mas que carece de reflexão e resposta por parte de quem (amador "de pelotão", amador de nível avançado, semi-profissional e profissional) já experimentou os dois modelos: presencial e à distância.

Abraço.

Triatleta disse...

Obrigado Miguel!

Exacto! A informação disponível é extremamente útil, mas não é...extremamente individualizada.

Sem dúvida alguma: é preferível ter um bom treinador presente regularmente nos treinos.

E quem não pode ou não consegue - por vários motivos -, ter o treinador por perto?

Abraço.

Triatleta disse...

Ainda bem que não sou perfeito; assim posso colocar aqui mais um comentário ;-P

Genericamente, considero treinador à distância, alguém que, independentemente da sua formação ou profissão, treina um ou vários atletas, de uma ou várias modalidades, não contactando com o(s) atletas(s) ou fazendo-o pontualmente.


Desafio os visitantes que têm opinião, mas ainda não a expressaram, a fazê-lo. :-)

Pedro Raposo disse...

Bem, não sei por onde começar...
Se bem te recordas da nossa viagem no longo de Aveiro, é minha intenção fazer um ironman! Pelo menos tentar...
Estou a ser acompanhado pelo Barreto que me tem dado uma grande ajuda, para além do resto da equipa do A.A.C.. Este acompanhamento tem sido semanal/Quinzenal/Mensal, por motivos de ordem profissional dos envolvidos. A questão é que mesmo com plano de treino penso que o treino acompanhado dá mais resultados, motiva e exige mais de nós. Para mim a partilha de opiniões e de sensações treino a treino traz no futuro resultados mais próximos das metas a que nos propomos.

Pedro A. S. Santos disse...

Parece-me que esse tipo de acompanhamento pode ser interessante numa fase inicial da aventura no triatlo, pois todos nós estamos um pouco inseguros sobre o que fazer, quando fazer, como fazer,... e com alguém com conhecimentos a dar algumas indicações tudo se torna mais claro e lógico.
Muitas vezes esse tipo de "aconselhamento" nem sequer tem de ser muito especializado para se verem resultados, se calhar a maior parte delas, até porque nem todos queremos ser atletas de topo, apenas temos como objectivo disfrutar da modalidade com preparação suficiente para não passar o tempo em dificuldades para terminar a prova.
Agora também me parece que para quem quer levar a coisa mais a sério não pode encarar o desporto dessa forma porque muitas vezes o que os nossos olhos vêm (treinador presencial)não é comparável com aquilo que se pode transmitir por outros meios.
Talvez até nem haja necessidade de estar juntos todos os dias mas requer com certeza um contacto muito frequente, quanto mais não seja para uma avaliação concreta do que se fez, do que se vai fazer,...
Não estarei a andar longe da verdade se disser que quem prescreve esse tipo de treino padronizado não é honesto, não é treinador (éticamente falando) e parece-me lógico duvidar da sua formação como homem.
Mas isso também só acontece porque no triatlo não existem muitos Pedro(s) Pinheiro(s) que partilhem alguma coisa com os outros, pois que amadores como eu, que gostam da modalidade e querem começar a praticá-la têm muita dificuldade em se orientarem.Depois "desesperados"
recorrem á primeira pessoa que se lhes aparece á frente mesmo sem conhecerem e saberem da sua competência.
Aproveito a oportunidade da tornar público que tu sempre me ajudaste e te mostraste disponível para responder a todas as minhas duvidas.

Um abraço e cá estarei para o que precisares.

Pedro A. S. Santos

Triatleta disse...

Obrigado Pedro!

Pois claro, um treinador, amigo e membro do mesmo clube são mais-valias 3 em 1.

Claro que vais conseguir concluir o IRONMAM!

Antes de concluires o Triatlo Longo de S.Jacinto, tinhas concluido apenas um Triatlo Sprint ;-)

Abraço.

Triatleta disse...

Obrigado Pedro Santos!

Colocando-me na tua posição, também ficaria grato por ser esclarecido e ajudado. E é com base nessa inversão de posições que tenho tentado dar a melhor e mais rápida resposta possível, às várias solicitações que vão surgindo.

Vai perguntando...e treinando ;-)

Um abraço.

Hugo Matos disse...

Olá, Eu sou amador e nunca tive treinador... confesso ter procurado um treinador à distância só pelo facto de ter um plano de treino estruturado e deixar a rotina de acordar e decidir o que fazer!!! Para quem não tem experiência é complicado... 1ª Experiência: 80€ MENSAIS!!(não será demasiado?). Não aceitei por todas as condicionantes e achar que um treinador à distância que não me conhece(como atleta) muito pouco poderá fazer...além de algo padronizado de acordo com as minhas características. Recebi também em tempos alguns planos de treino..Mudança de cabeçalho e cheguei a ler o nome do atleta para quem tb aí o plano. É muito mais forte que eu, só o vejo na partida( e eu andava a tentar andar ao seu ritmo nos treinos =/)...Desde esse dia voltei ao Hugo pseudo-treinador. Encontrar alguém que nos possa treinar é complicado, por isso sugiro a quem tenha competências e vontade, criar um grupo de treino amador, onde os treinos seriam fixos e presencialmente. Sendo que não sei se esta ideia é realizável, mas seria pago e talvez a um preço mais justo para todos!!

Abraço,

Hugo Matos

Triatleta disse...

Obrigado Hugo!

Bolas! 80€ Por mês para trocar o nome no cabeçalho é um exelente negócio para o..."treinador"(?).

É excelente a proposta de criar um grupo de treino, com atletas amadores (estudantes e trabalahdores), se possível, com níveis de desemepnho aproximados, para que um treinador presencial possa acompanhar diariamente.

Mas, em que modalidades e em quantas zonas/cidades do país é possivel concretizar essa proposta?

Infelizmente, o ideal nem sempre está acessível...

Abraço.

Pedro A.S.Santos disse...

Será assim tão descabido a criação de um grupo de treino na zona de Lisboa – Rio Maior ?

Teríamos por exemplo um coordenador com competência, remunerado ( através de uma quota mensal paga pelos atletas ), essa pessoa seria responsável pelo planeamento do treino, da especificidade do mesmo, em suma de tudo ao que ao treino dissesse respeito.
Fariamos “ reuniões ” periodicas, individuais e colectivas, com a periocidade que o cordenador entendesse, onde se discutiria todo o funcionamento do grupo propriamente dito, se ajustaria o treino de forma presencial e ainda treinaríamos juntos uma vez por outra.
Quantos mais fossemos melhor seria para todos, tanto em motivação, companhia, evolução e até para a pessoa responsável que veria as contribuições aumentarem.
Ao nível de exigência de cada um seria obviamente correspondido o valor da mensalidade a pagar, claro que na minha opinião teria de ser um valor baixo pois o pretendido seria um acompanhamento ( aconselhamento ) não muito aprofundado, mas isso dependeria de cada um.
Fica mais esta reflexão á discussão dos presentes.
Um abraço,
Pedro A.S.Santos

Triatleta disse...

Obrigado Pedro, uma vez mais.

Nada é impossível, desde sejam reunidas condições legais, logísticas e técnicas para garantir um serviço com qualidade.

Porque, pelo número e qualidade das mensagens aqui colocadas, a comunicação não será um problema. ;-)

Abraço.

joao rita disse...

Na minha modéstia opinião, e como praticante de muitas horas dedicadas ao triatlo mais na vertente longa, sempre vi o treinador à distancia, como o próprio nome indica à distancia.
Um treinador para o ser tem que estar presente, ouvir, falar, gritar, incentivar, conhecer o seu atleta,os seus problemas , que género de trabalho efectua.
O treinador tem que ser presente.
Pela minha parca experiência, nunca tive nenhum treinador nem presente nem à distancia, e a te-lo teria que estar comigo.
Nestes tempos , onde a informação sobre métodos de treino é tão rica, quer pela Web como os instrumentos de treino pulsometros ,Gps...., o atleta possui uma riqueza de conhecimentos que lhe "permite" saber qual o seu estado fisico.

Não generalizo, pois não posso transportar para outros as minhas experiências como atleta que busca qual a melhor forma de treinar, assim o exige a minha actividade profissional, e familiar.

Agora se me questionam se com um treinador, haverá melhores resultados, bém é possivel que sim,
Mas outra questão se levanta e a idade do atleta, permite-lhe essa idade aguentar o treino à distancia, será que o corpo vai aguentar só para ser cumprido um plano de treinos...
Para mim um treinador tem que estar munido te toda a informação quer fisica , fisiologica, familiar.. do atleta para lhe poder ministrar os treino adequados.
Um abraço e bons treinos.

Triatleta disse...

Obrigado João!

Por experiência própria, reconheço que um bom treinador presente no treino é preferível a treinar sozinho.

Contudo, existem muitos atletas que por dificuldade de conciliar horários com treinadores e colegas de treino, por não term próximos de si um treinador, ou porque simplesmente preferem e não se incomodam com o facto de treinarem sozinhos e forma autónoma, conduzem o seu preocesso de treino pela via do autodidatismo - e einvestem tempo e dinheiro na sua auto-formação -, ou resquisitam serviços à distância, prestados por um ou vários treinadores, empresas ou clubes, para se limitarem a fazer o essencial, ou seja, têm um plano de treino individualizado a seguir.

A questão da idade é muito pertinente e, obviamente, deve ser tida em conta no momento da entrevista e sobretudo, aquando da realização do plano de treinos.

Um abraço.

Paulo Ferreira disse...

Existirá muito provavelmente uma simbiose entre treinador presencial e atleta que não existe entre endereços de e-mail :D

Triatleta disse...

Paulo,

Acerca disso, nem o próprio email tem dúvidas ;-P

Abraço.

José Filipe Afonso disse...

Viva Pedro, tema muito interessante...

Presumo que nenhum dos atletas que aqui comentaram este topico seja profissional, a maior parte encara o desporto(neste caso triatlo) como uma actividade importante na sua vida mas não como a actividade que “põe o pão na mesa”. Dessa forma por uma questão de limitação de tempo e até financeira o uso de um treinador presencial é muito complicado. No entanto dado o número de horas que passamos a treinar acho que faz todo o sentido ter um treinador à distância mas que perceba da modalidade.

Quando treinamos sem um treinador temos a tendência para cair em rotinas negligenciando o segmento que temos mais dificuldades ou treinando demasiado o segmento que mais gostamos o que num desporto como o triatlo acaba por ser um erro grave. Eu penso que a ajuda de um treinador minimiza estes problemas pois ajuda-nos a efectuar um treino balanceado nas 3 modalidades. Isto pode perfeitamente ser feito à distância desde que sejam feitos testes periodicos à evolução da forma física e desde que haja sempre uma comunicação séria nos dois sentidos (por exemplo semanal) de evolução do treino.
A única excepção ao que acabei de dizer é a natação principalmente se aprendemos a nadar sozinhos e a técnica é uma bosta. Para se conseguir evoluir na natação é necessária a ajuda presencial de alguém que nos veja a nadar e nos corrija os erros, até porque muitas vezes corrigimos uns e começamos a fazer outros... Isto até é mais ou menos fácil uma vez que existem em quase todas as piscinas monitores/professores de natação que podem ajudar.

Limitações na corrida e no ciclismo(e.g técnica) são mais facilmente corrigíveis com o tempo e muito treino.

abraço
Afonso

Triatleta disse...

Obrigado J.F.Afonso!

Quantos atletas, verdadeiramente profissionais de Triatlo, temos em Portugal?

Sim,o treinador à distância poderá funcionar melhor para atletas amadores que querem consultar, compreender, fazer e recuperar, ou seja, pretendem um plano individualizado, de leitura fácil, com tarefas diversificadas, desafiantes, mas acessíveis e depois, testarem-se em controlos de treino ou em prova, sem se arrastarem nas provas e durante a semana seguinte a recuperar do esforço. Claro, tudo isto sem pagar balúrdios pelo serviço ;-)

É legítimo!

Mais, querendo é possível encontrar um equlíbrio em todas estas variáveis. E já há quem o faça com sucesso.

Um abraço.

Unknown disse...

1. Um atleta amador procura "ajuda externa" para aumentar a sua performance - seja para conseguir terminar a prova, não "sofrer tanto" na prova, ou mesmo para subir na tabela classificativa. Acho que disto não existem grandes dúvidas.
E esta procura pode ser despoletada em várias fases, ou quando o atleta quer treinar mas não sabe como, nem é auto-didacta o suficiente para investigar sobre o assunto, ou não tem disponibilidade, ou já tem alguma conhecimento e quer saber o porquê de fazer series longas em vez de series curtas, por exemplo. Acredito que também existam casos que só querem um plano de treino, mesmo com o cabeçalho "martelado", só para terem um guião.
Em relação à distância, a distância é confortável para os incompetentes que enviam planos martelados e mais nada. Mas acredito que possa existir um treinador à distância competente que ajude o atleta a atingir os seus objectivos. E actualmente a tarefa está em muito facilitada, com a tecnologia disponível: monitores de frequência cardíaca, medidores de potência, velocidade, cadência, GPS, altimetria, etc. Um treinador competente com base nestes dados pode verificar, por um lado a boa execução do plano e corrigir algo no momento. Por exemplo se o atleta tiver entusiasmado e estar a treinar acima do estipulado, o treinador com um simples SMS pode dar um "puxão de orelhas" ao atleta e fazê-lo cumprir melhor o plano. Não deixa de ser à distância, mas não deixa de ser competente, na minha opinião.
Acho que nos comentários anteriores se misturou um pouco a figura do treinador como auxiliar do treino ou companheiro de treino ou mesmo como elemento motivador. O que acho é que se o treinador for um companheiro de treino, seria uma mais-valia grande, mas nem todos os treinadores poderiam fazer isso, nem todos os atletas poderiam pagar por isso. Acho que ter um companheiro/grupo de treino é muito importante, pois por diversas vezes pode fazer a diferença entre o ir treinar ou ficar no sofá, mas este elemento poderá não ser o próprio treinador.
Em relação à natação, o caso muda de figura. A melhoria da técnica é fundamental, e o acompanhamento presencial é obrigatório. Por vezes é assegurado por um treinador de natação e não pelo treinador de Triatlo.

2. Eu esperaria uma avaliação inicial da forma física, a definição de objectivos para a época e o planeamento para atingir os objectivos. Gostaria de ter também algumas explicações de porquê fazer isto em detrimento daquilo, etc.
Poderia esperar também um acompanhamento periódico de forma a avaliar a condição física, para verificar se o treino estava a ter os resultados esperados.


3. Relativamente aos custos depende muito do tipo de serviço. Podem existir atletas que só querem um plano de treino, outros que pretendem o tal acompanhamento à distância, outros que preferem acompanhamento presencial, e tudo isto deveria ter valores distintos.


Particularizando para o meu caso pessoal de atleta principiante (nem a amador chego) que apenas leva no curriculum 2 sprints e 1 olímpico, ainda não sinto falta de um treinador, mas achava piada participar num grupo de treino onde poderíamos tirar dúvidas uns com os outros, tipo workshop. Fica a deixa :)

Triatleta disse...

Obrigado Pedro!

O teu comentário foi muito completo e toca em algumas ideias-chave.

Achas mesmo que todos esses "brinquedos caros", para um atleta amador vão fazer a diferença entre ter ou não ter melhores performances? ;-)

Registei a dica ;-)

Abraço.

Unknown disse...

Acho que os brinquedos caros são uma mais valia para o treinador para monitorizar e adequar o treino à distância, do que propriamente para o atleta. O que quis dizer com isto é que um treinador à distância "presente" com os dados do treino pode ficar com uma ideia melhor do que um treinador presencial "ausente" que nadou, pedalou ou correu ao lado do atleta.
E não é preciso comprar os brinquedos todos... à excepção do registo de potência, tudo o resto já se encontra num só aparelho a um valor aceitável.

Abraço

Triatleta disse...

Obrigado Pedro!

Sim, todos esses equipamentos servem para registo e controlo do treino e fornecem dados que podem ser lidos e interpretados à distância para conduzir o proceso de treino com maior rigor.

Mas, mesmo sem esses equipamentos,o principal interessado no cumprimento do plano de treinos é o atleta. E, portanto, basta o atleta comunicar ao treinador que fez o que estava prescrito, os tempos das repetições e as sensações.

Sim, sim, o Timex Global Trainer já faz tudo isso e não custa milhares de euros ;-)

Um abraço.