por RITA CARVALHO
Estudantes que se encontram à porta da escola estão mais vulneráveis à oferta de substâncias ilícitas, alerta IDT. Aí não há vigilância.
A obrigação de sair do recinto da escola para fumar está a expor os alunos fumadores a um risco maior de aliciamento para o consumo de drogas. Aí não há vigilância e é mais difícil de intervir, alerta Manuel Cardoso, da direcção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT).
"Em muitas escolas, o que acontece é que a vigilância para lá do portão não existe. E os alunos ficam mais expostos e vulneráveis a todo o tipo de ofertas ilícitas", afirmou ao DN. É isso que o presidente da Junta de Freguesia de Brito, Guimarães, garante que está a acontecer junto à Escola Básica 2,3 Professor Abel Salazar, em Ronfe.
Esta semana, quatro alunos, com idades dos 14 aos 16 anos, entraram na escola depois de terem estado a consumir haxixe. O autarca José Dias acredita que o incidente aconteceu porque, nas imediações da escola, há pessoas a aliciar os jovens com droga para os viciar e depois obrigar a consumir com regularidade.
Manuel Cardoso não tem dados para afirmar que esta alteração nas regras de funcionamento das escolas - e a obrigação de sair para fumar - está a contribuir para um aumento do consumo de haxixe. Até porque as estatísticas dos últimos anos indicam uma tendência contrária e uma diminuição dos consumos entre a juventude. "Mas a exposição ao risco é, com certeza, maior."
Além disso, há outra agravante: os professores, supostamente referências para os mais novos, estão a fumar, lado a lado, com miúdos de 13 ou 14 anos, acrescenta.
Contudo, episódios como o da escola de Guimarães são pontuais e não fazem parte do dia-a-dia normal das escolas, acredita o responsável do IDT, sublinhando a tendência decrescente do consumo. "O programa Escola Segura tem contribuído bastante para isso. Fazem um trabalho preventivo e dissuasor, embora tenhamos consciência de que estes polícias não podem estar à porta de todas as escolas", acrescenta.
Os pais também vêem com preocupação, mas não com surpresa, a ocorrência de incidentes como o da escola de Guimarães. Mas consideram que o problema da droga já foi mais grave do que é actualmente.
"Infelizmente, temos a noção de que estas situações acontecem. Não somos ingénuos ao ponto de pensar que não há droga nas escolas. Mas os dados que temos indicam que episódios destes são uma minoria", afirmou ao DN José Luís Baptista, da Confederação Nacional para as Associações de Pais. A Confap partilha a preocupação do IDT sobre o que se passa à porta das escolas e acrescenta que a falta de auxiliares também agrava este problema. "Além disso, fora do recinto da escola, muitos professores passam, a assobiar para o lado, se virem um aluno a ter um comportamento menos incorrecto", acrescenta.
José Luís Baptista diz ainda que, apesar de o consumo de cannabis estar mais banalizado entre os jovens, muitos pais ainda não sabem como abordar este assunto e alertar os filhos para os seus riscos.
Os professores consideram que os alunos já têm a informação sobre estes perigos. "Mas faz parte do espírito da juventude contrariar e arriscar. Se fosse só uma questão de esclarecimento, o problema estava resolvido", diz Adalmiro Botelho da Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
A falta de pessoal para vigiar os seus comportamentos no recreio e junto ao portão da escola, que se tem verificado nos últimos anos, também pode vir a contribuir para o agravar desta situação, alerta.
Fonte: Diário de Notícias
Estudantes que se encontram à porta da escola estão mais vulneráveis à oferta de substâncias ilícitas, alerta IDT. Aí não há vigilância.
A obrigação de sair do recinto da escola para fumar está a expor os alunos fumadores a um risco maior de aliciamento para o consumo de drogas. Aí não há vigilância e é mais difícil de intervir, alerta Manuel Cardoso, da direcção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT).
"Em muitas escolas, o que acontece é que a vigilância para lá do portão não existe. E os alunos ficam mais expostos e vulneráveis a todo o tipo de ofertas ilícitas", afirmou ao DN. É isso que o presidente da Junta de Freguesia de Brito, Guimarães, garante que está a acontecer junto à Escola Básica 2,3 Professor Abel Salazar, em Ronfe.
Esta semana, quatro alunos, com idades dos 14 aos 16 anos, entraram na escola depois de terem estado a consumir haxixe. O autarca José Dias acredita que o incidente aconteceu porque, nas imediações da escola, há pessoas a aliciar os jovens com droga para os viciar e depois obrigar a consumir com regularidade.
Manuel Cardoso não tem dados para afirmar que esta alteração nas regras de funcionamento das escolas - e a obrigação de sair para fumar - está a contribuir para um aumento do consumo de haxixe. Até porque as estatísticas dos últimos anos indicam uma tendência contrária e uma diminuição dos consumos entre a juventude. "Mas a exposição ao risco é, com certeza, maior."
Além disso, há outra agravante: os professores, supostamente referências para os mais novos, estão a fumar, lado a lado, com miúdos de 13 ou 14 anos, acrescenta.
Contudo, episódios como o da escola de Guimarães são pontuais e não fazem parte do dia-a-dia normal das escolas, acredita o responsável do IDT, sublinhando a tendência decrescente do consumo. "O programa Escola Segura tem contribuído bastante para isso. Fazem um trabalho preventivo e dissuasor, embora tenhamos consciência de que estes polícias não podem estar à porta de todas as escolas", acrescenta.
Os pais também vêem com preocupação, mas não com surpresa, a ocorrência de incidentes como o da escola de Guimarães. Mas consideram que o problema da droga já foi mais grave do que é actualmente.
"Infelizmente, temos a noção de que estas situações acontecem. Não somos ingénuos ao ponto de pensar que não há droga nas escolas. Mas os dados que temos indicam que episódios destes são uma minoria", afirmou ao DN José Luís Baptista, da Confederação Nacional para as Associações de Pais. A Confap partilha a preocupação do IDT sobre o que se passa à porta das escolas e acrescenta que a falta de auxiliares também agrava este problema. "Além disso, fora do recinto da escola, muitos professores passam, a assobiar para o lado, se virem um aluno a ter um comportamento menos incorrecto", acrescenta.
José Luís Baptista diz ainda que, apesar de o consumo de cannabis estar mais banalizado entre os jovens, muitos pais ainda não sabem como abordar este assunto e alertar os filhos para os seus riscos.
Os professores consideram que os alunos já têm a informação sobre estes perigos. "Mas faz parte do espírito da juventude contrariar e arriscar. Se fosse só uma questão de esclarecimento, o problema estava resolvido", diz Adalmiro Botelho da Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
A falta de pessoal para vigiar os seus comportamentos no recreio e junto ao portão da escola, que se tem verificado nos últimos anos, também pode vir a contribuir para o agravar desta situação, alerta.
Fonte: Diário de Notícias
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