Um dia excelente para a prática da modalidade, para a organização, para o público, e, claro está, para os triatletas que alinharam à partida do Triatlo Longo de Lisboa, realizado no Sábado, 24 de Abril de 2010, no Parque das Nações. Efectivamente, a modalidade merece muito maior divulgação e muito mais público; no dia anterior, vi filas de gente a pagar bilhete para ir ver os pontapeadores de bola no Pavilhão Atlântico. Enfim, uma questão cultural a ultrapassar.

Nestes assunto, tal como em outros, não gosto de mandar recados e tive a oportunidade de dar os parabéns pelo evento a um super-cansado Paulo Leite. No contexto do Parque das Nações, a existência da prova só por si, já é uma vitória. Por isso, pedir melhor água na natação e melhor piso na corrida, neste caso, não tem cabimento. Mas lá pedi mais uns WC`s - com papel higiénico -, e estacionamento gratuito/com desconto para quem vem de carro para o local da prova; é que os funcionários da EMEL não perdoaram nem um bocadinho.

Para mim foi muito agradável fazer uma prova com tantos triatletas, cada um com o seu objectivo pessoal, com o seu estilo, mas sempre com aquele empenho e prazer em fazer a coisa bem feita para chegar à linha de meta.
Se tudo correr bem, lá estarei para o ano que vem.
No que diz respeito à minha prestação e sensações pessoais, a coisa foi mais ou menos assim:
- Natação: despachei-me cedo e tive tempo para fazer aquecimento, numa água que se suportava muito bem em termos de temperatura e de...sabor. Por não gostar de boxe dentro de água, e festinhas só quero receber de quem eu deixo e gosto, lá evitei o contacto físico da primeira volta, encostando-me mais para a esquerda, para na segunda volta, traçar uma rota mais directa às bóias e aumentar o ritmo de braçada. A estratégia resultou bem e consegui fazer um parcial interessante neste segmento, tendo em conta a preparação efectuada até ao momento.
- Ciclismo: sendo o meu segmento mais forte do momento, a experiência aconselhava-me muita prudência para não abusar do ritmo. Ainda assim, na primeira das 4 voltas, com o entusiasmo de estar a ultrapassar outros atletas, abusei um pouco, e tive que corrigir esse deslize nas 3 voltas seguintes. De resto, foi um passeio muito interessante e agradável à beira do Tejo, durante o qual percebi que estou muito bem encaixado na minha fantástica CEEPO Venom. Ao longo do percurso de ciclismo, cumpri o que tinha planeado, ou seja, pedalei sem forçar o ritmo, bebi e comi regularmente, poupando reservas para o terceiro e último segmento da prova.
- Corrida: após 90 quilómetros de bicicleta, fazer 4 voltas de corrida a pé, num percurso que não conhecia e que se revelou muito desgastante, pela irregularidade dos diferentes tipos de piso, e pelas muitas curvas e retornos, que dificultavam a manutenção de um ritmo constante, foi uma tarefa muito difícil, em especial, a partir da 3 volta, inclusive. Quanto acabei o ciclismo, não sabia minimamente como iria reagir o meu organismo a tantos quilómetros e tempo de corrida a pé. Com muita prudência, uma vez mais, refreei o ritmo na primeira das 4 voltas, e à medida que me fui apercebendo que aquele era o ritmo adequado para chegar ao final, todo o esforço foi dirigido para manter as passagens a cada volta na casa dos 20-21 minutos, isto é, ligeiramente acima dos 4 minutos por cada quilómetro. Ainda consegui recuperar mais algumas posições neste segmento, e num derradeiro esforço, cheguei à linha de meta a sprintar com outro triatleta.
Como seria de esperar, e à medida que a temperatura corporal foi baixando, as dores no corpo foram aparecendo, em particular, nos gémeos e Tendões de Aquiles. Também tenho que ir ao Ebay ou ao Miau ver se por lá se vende uma caixinha com pele e unhas para os pés, visto que as anteriores, já eram.
Resultados finais:
1. Natação (1900metros): 33'54";
2. Ciclismo (90 quilómetros): 2h26'25";
3. Atletismo (20 quilómetros): 1h22'54";
4. Tempo final: 4h27'01";
5. Classificação final absoluta: 48º lugar (372 triatletas à partida e 359 triatletas na linha de meta);
6. Classificação final no escalão 35-39 anos: 9º lugar (95 triatletas);
7. Classificação final absoluta, entre portugueses: 18º lugar (135 triatletas);
8. Classificação final absoluta, entre portugueses, escalão 35-39 anos: 5º lugar (38 triatletas).
Mais informações sobre a prova em:- Federação de Triatlo de Portugal;- Triatlo Longo de Lisboa. Em termos de provas de Triatlo de Média/Longa Distância, Aveiro espera-me, prometendo a mim mesmo que vou treinar um pouco mais o ciclismo e a corrida, agora que o Sol veio para ficar, e no Triatlo Longo de Aveiro farei mais um test-drive.