Dez anos de pesquisa lançam cerco à hormona de crescimento. Ciência consegue finalmente primeiro teste positivo por utilização de HGH.
A hormona de crescimento humano (HGH, sigla em inglês) é um dos grandes desafios dos organismos que combatem o doping. Os estudos para descobrir uma forma de detectar esta substância começaram pouco depois da fundação da Agência Mundial Antidopagem (AMA) e envolveram um grande esforço financeiro. Foi preciso esperar dez anos pelo primeiro teste positivo, mas, mal este foi confirmado, a AMA não perdeu tempo a ameaçar os atletas que usaram HGH: as amostras armazenadas podem ser reanalisadas e os batoteiros punidos até oito anos depois de terem cometido as infracções.
Terry Newton, jogador de râ-guebi britânico, fica para a história como primeiro atleta apanhado em análises de detecção da HGH. "Um marco na luta contra o doping", tão importante quanto a descoberta de uma forma de despistar eritropoietina, o fármaco que nos anos 90 revolucionou os desportos de resistência, considera o director executivo da UK Antidoping (UKAD). "Isto é um marco na luta contra o doping, o primeiro positivo analítico no mundo por uma substância que era indetectável porque desaparece do corpo muito rapidamente após a administração", vincou Andy Parkinson em comunicado.
Palavras reforçadas por David Cowan, director do laboratório antidopagem do King's College London: "É um grande e excitante avanço, que resultou de muitos anos de investigação cuidada com a AMA. A detecção de substâncias que são virtualmente idênticas às nossas hormonas naturais representa sempre um desafio. Isto mostra até que ponto a ciência conseguiu encurtar a distância [para os batoteiros]."
A investigação para descobrir uma forma de detectar hormona de crescimento começou há dez anos, explicou o líder da Agência Antidoping dos EUA (USADA) ao Daily News. Segundo Travis Tygart, participaram neste esforço a agência que dirige, a AMA, o Comité Olímpico Internacional e a Comissão Europeia. Os primeiros exames sanguíneos à HGH foram feitas nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, mas continuaram as pesquisas para melhorar as análises. "Todos os que ajudaram a de-senvolver esta técnica não a implementariam se não fosse confiável do ponto de vista forense", vin- cou Tygart, respondendo às entidades que resistem a realizar análises sanguíneas para despistar HGH, como o basebol norte-americano e o futebol internacional.
O sucesso do controlo a Terry Newton, realizado na pré-época ao agora ex-jogador do Wakefield Trinity Wildcats, deu origem a um alerta de David Howman, director executivo da AMA: "Sugiro aos batoteiros que se lembrem que o código mundial antidoping permite que sejam abertos inquéritos disciplinares até oito anos após ter ocorrido uma infracção e que as amostras armazenadas podem ser reanalisadas."
Fonte: DN Desporto
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