Fechei os olhos e fiz um exercício mental algo difícil: imaginei como seria o dia-a-dia de uma adolescente num país distante e bem diferente de Portugal. É todo um mundo de diferenças, a todos os níveis, a começar pelo idioma e pela dificuldade de comunicar, nem que seja, em inglês, e quando não restam alternativas, ter que gesticular, apontar ou desenhar para expressar uma necessidade ou pensamento. Por outro lado, na adolescência, há quem seja mais extrovertido e acelere o processo de aprendizagem e integração, mas a introversão, a timidez e a baixa auto-confiança, acrescentam dificuldades às rotinas diárias. Diariamente, enquanto não se está minimamente informado e rotinado para ter autonomia, a dependência de terceiros é por demais evidente para realizar as tarefas mais simples, tais como, apanhar o autocarro, realizar o percurso até à escola, ser assídua e pontual às aulas, comer, beber, brincar. Bom, até olhar de frente para o seu semelhante é um acto penoso e denota alguma vergonha e submissão, na expectativa de obter ajuda e compreensão, sem falar uma palavra ou mexer um dedo.
Calma Maria, nós vamos ajudar-te e estás a ser um desafio humano e profissional do tamanho desta aldeia global.
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