quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eleições

Atenção: eles andam aí de novo! De tempos a tempos, existe um grupo numeroso de pessoas que, qual personagens da banda desenhada, vestem o seu fato personalizado e saem para a rua, em busca de um bem precioso que os ajudará a manter o seu status quo, como quem diz, o seu poleiro, num qualquer cargo relacionado com a máquina do Estado Português, seja mais acima ou mais abaixo, na hierarquia dos que dizem que querem o bem do povo e a prosperidade da nação valente e imortal. Esse bem precioso, quiçá para alguns, vital, é o nosso voto. Sim, neste período de campanha eleitoral, não importa quem somos, o que fazemos ou como (sobre)vivemos, para esses seres que também são pessoas como os demais - mas que se esquecem de tal condição quando encarnam o papel de político -, o cidadão é um ser único e extremamente valioso, porque, nos dias 27 de Setembro e 11 de Outubro, somos ELEITORES. Portanto, nestas duas datas mágicas, temos um valor acrescido, superior ao do barril de petróleo, ao ponto de ficarem para trás todas as políticas mal implementadas que lesam o cidadão e o país e beneficiam os amigos, familiares e negociantes dos senhores do poder, aparecendo em substituição, novas promessas quase como realidade imediata, assim que é riscada a cruzinha no partido X ou Y. Neste período sensível do ano, não importa se as pessoas cheiram agradavelmente a Chanel nº5 ou exalam um odor insuportável a peixe, se nunca tiveram doenças ou se são portadores do H1N1, o mais importante é aquele beijo, abraço ou aperto de mão, dramaticamente ensaiado, e que no fundo, a quilómetros, transpira a hipocrisia. São assim os nossos políticos, é assim o nosso país, é este o nosso fado, porque o povo já não é quem mais ordena e eles são todos iguais, mas com camisolas diferentes.
Até posso contar uma estória na primeira pessoa a comprovar este facto. Ora cá vai: um determinado candidato de uma lista telefonou-me a dizer que voltaria a telefonar-me para marcar um encontro, no qual iria apresentar-me o projecto por si encabeçado, de modo a que eu fizesse parte do mesmo. Na segunda vez que me ligou, voltou dizer-me a mesma coisa e, até hoje, não me ligou mais. Estranhei a situação, mas não anseie o prometido contacto à medida que o tempo foi passando, acima de tudo porque sempre achei que seria mais um para fazer número, de modo a compor a lista. Alguns dias depois, ao ler o jornal local, percebi o porquê de não ter recebido o prometido telefonema, e tão pouco reunir com o candidato político: o sr. cabeça de lista de um projecto político passou para a lista de uma coligação política. Eu já tinha lido e ouvido sobre fenómenos destes, mas nunca estive tão próximo de algo do género. Pergunto-me: será que fiquei infectado?

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