Nicholas Freudenberg
05.03.2010 - 18:35 Por Lusa
Um especialista norte-americano em obesidade infantil defendeu hoje a criação de programas de alimentação saudável grátis para crianças em idade escolar e aconselha os municípios a afastarem os restaurantes de ‘fast food’ das escolas.
O especialista defende que os restaurantes de "fast food" fiquem longe das escolas (Rui Gaudêncio)
Nicholas Freudenberg, professor de saúde pública na universidade de Nova Iorque, participou hoje num debate sobre “As autarquias e a promoção da saúde”, durante o qual defendeu a mobilização dos municípios no combate à obesidade infantil e promoção de hábitos de vida saudáveis nas comunidades, por serem “autoridades com grande impacto na vida quotidiana dos habitantes”.
Freudenberg considerou a agressividade da indústria que promove o "fast food" e a alimentação pouco saudável como uma das grandes responsáveis pela obesidade infantil.
“São precisas políticas que façam a diferença. Se limitámos a publicidade sobre o tabaco, também deveríamos limitar a publicidade acerca da comida pouco saudável”, disse.
O especialista estudou particularmente os casos de Londres e Nova Iorque, onde “as empresas de comida rápida estão concentradas à volta das escolas” e destaca que, para as crianças comerem melhor, “tem de ser mais fácil encontrar comida saudável do que pouco saudável”.
Considerando que em Portugal duas em cada cinco crianças são obesas ou têm excesso de peso no final da escola primária, Freudenberg recomenda aos municípios que “condicionem o acesso à ‘fast food’ e restaurantes pouco saudáveis, limitando-os a uma determinada zona da cidade e, sobretudo, afastando-os de escolas”.
Para Nicholas Freudenberg, o exemplo a aplicar nas escolas vem de Londres, onde o município criou “um programa de refeições escolares saudáveis, grátis para todos, saborosas e nutritivas”.
Na falta de programas como este, chegam gestos simples: “por exemplo, em vez das máquinas de refrigerantes basta ter distribuidores de água grátis à disposição”, afirmou.
Feudenberg sugere ainda a adoção, em escolas e restaurantes, de “limites de calorias, sal e gordura”.
“Em Nova Iorque, nenhum restaurante pode apresentar uma ementa que ultrapasse um determinado nível de gordura”, exemplificou.
O especialista aconselha também os municípios a promoverem a agricultura urbana, através da criação de espaços para hortas, e a construção de ciclovias e espaços verdes, onde as pessoas possam ser fisicamente activas.
Na sessão, promovida pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge e pela Escola Nacional de Saúde Pública, foi ainda apresentado um estudo que revela que os municípios consideram importante a sua participação na promoção da saúde dos seus cidadãos, mas destacam que para desenvolverem a saúde local precisam de mais dinheiro e de recursos humanos.
05.03.2010 - 18:35 Por Lusa
Um especialista norte-americano em obesidade infantil defendeu hoje a criação de programas de alimentação saudável grátis para crianças em idade escolar e aconselha os municípios a afastarem os restaurantes de ‘fast food’ das escolas.
O especialista defende que os restaurantes de "fast food" fiquem longe das escolas (Rui Gaudêncio)
Nicholas Freudenberg, professor de saúde pública na universidade de Nova Iorque, participou hoje num debate sobre “As autarquias e a promoção da saúde”, durante o qual defendeu a mobilização dos municípios no combate à obesidade infantil e promoção de hábitos de vida saudáveis nas comunidades, por serem “autoridades com grande impacto na vida quotidiana dos habitantes”.
Freudenberg considerou a agressividade da indústria que promove o "fast food" e a alimentação pouco saudável como uma das grandes responsáveis pela obesidade infantil.
“São precisas políticas que façam a diferença. Se limitámos a publicidade sobre o tabaco, também deveríamos limitar a publicidade acerca da comida pouco saudável”, disse.
O especialista estudou particularmente os casos de Londres e Nova Iorque, onde “as empresas de comida rápida estão concentradas à volta das escolas” e destaca que, para as crianças comerem melhor, “tem de ser mais fácil encontrar comida saudável do que pouco saudável”.
Considerando que em Portugal duas em cada cinco crianças são obesas ou têm excesso de peso no final da escola primária, Freudenberg recomenda aos municípios que “condicionem o acesso à ‘fast food’ e restaurantes pouco saudáveis, limitando-os a uma determinada zona da cidade e, sobretudo, afastando-os de escolas”.
Para Nicholas Freudenberg, o exemplo a aplicar nas escolas vem de Londres, onde o município criou “um programa de refeições escolares saudáveis, grátis para todos, saborosas e nutritivas”.
Na falta de programas como este, chegam gestos simples: “por exemplo, em vez das máquinas de refrigerantes basta ter distribuidores de água grátis à disposição”, afirmou.
Feudenberg sugere ainda a adoção, em escolas e restaurantes, de “limites de calorias, sal e gordura”.
“Em Nova Iorque, nenhum restaurante pode apresentar uma ementa que ultrapasse um determinado nível de gordura”, exemplificou.
O especialista aconselha também os municípios a promoverem a agricultura urbana, através da criação de espaços para hortas, e a construção de ciclovias e espaços verdes, onde as pessoas possam ser fisicamente activas.
Na sessão, promovida pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge e pela Escola Nacional de Saúde Pública, foi ainda apresentado um estudo que revela que os municípios consideram importante a sua participação na promoção da saúde dos seus cidadãos, mas destacam que para desenvolverem a saúde local precisam de mais dinheiro e de recursos humanos.
Fonte: PÚBLICO
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