Triatlo Longo de Vila Real de Santo António- Balanço

É difícil começar o balanço de uma atividade que envolve tantas tarefas, horas de preparação e realização, tantas emoções e muito desgaste físico e mental. Naturalmente hoje sinto-me como o aço...torcido pelo aquecimento de ontem.

Colocando de parte os pormenores insignificantes,  finalmente, começo a aprender a lidar com o stresse típico de preparar uma longa viagem e a prova, quando acompanhado da família e amigos. Torna-se tudo muito mais descontraído e agradável quando relativizamos alguns acontecimentos e valorizamos o que mais importa: o bom ambiente e a amizade!

Quanto à prova propriamente dita, a começar pela entrada no mar com ondas de 2,5 metros, parecia assustador. Mas esse é o verdadeiro sentido da vida: enfrentar e vencer os desafios! Nadando mal, nadando lento, adorei nadar no mar! É uma sensação de conquista tremenda, em relação a um meio onde habitualmente não nos deslocamos. Confesso que não não importava que a distância a nadar fosse maior, tal o prazer que estava a sentir nos 36 minutos que estive a nadar no mar em frente a Monte Gordo. Mas lá saí do mar, no entre uma onda e outra em rebentar em cima da cabeça.

Passando para o ciclismo, o volume de treinos direcionado para este tipo de provas era reduzido e como tal, a melhor estratégia foi seguir em ritmo constante, comendo e bebendo o suficiente para entrar bem no terceiro segmento e sem me preocupar em recuperar terreno de forma desesperada em relação a alguns atletas que utilizo como referência. Bolas, só passei a Vanessa Pereira no empedrado, durante a última volta. A moça está com um nível muito elevado.

Na corrida final consegui fazer as quatro voltas da meia maratona em ritmo continuo intensivo progressivo, graças a uma excelente gestão dos esforço a par de muita hidratação e alimentação em momentos chaves. Apesar da natural fadiga e desgaste físico e mental, cheguei com excelentes sensações à linha de meta. Se conseguia fazer mais uma volta de corrida? Sim, mas não seria a mesma coisa! E o que interessa é fazer todas as voltas no ritmo-alvo, em vez de arrastar-em penosamente, volta após volta.

Pela pouca diferença de tempo para alguns dos mais diretos adversários, parece-me que se conseguir motivar-me e não tiver contratempos para treinar de forma adequada para o Triatlo Longo de Lisboa e para o Campeonato Nacional de Triatlo Longo em S.Jacinto, Aveiro, deverei conseguir atingir uns ritmos muito mais interessantes que os de ontem. 

Aproveito para dar os parabéns aos meus amigos e colegas do Ateneu Artistico Cartaxense : Duarte Barreto (53º lugar), o aniversariante Alexandre Ventura (88º lugar) e Pedro Raposo (97º lugar). Custou mas foi agradável! Boa recuperação!

Lanço o desafio a todos os atletas que têm interesse, curiosidade e se sentem tentados a realizar um Triatlo Longo: não pensem mais, façam-no! Quem faz um Triatlo Sprint faz outra distância qualquer, desde que em ritmo mais lento e com atenção permanente aos aspetos nutricionais (bebida e comida). Se acham divertidas as distâncias curtas, as provas de longa distância são ainda mais divertidas. Ousem desafiar-se!

Quase a terminar, continuo a não compreender todos os atletas que fazem críticas às cegas e destrutivas a uma organização que se esmerou para oferecer as melhores condições possíveis para a realização da prova, num época do ano em que o tempo é muito agradável, os alojamentos ainda são baratos, a região é bonita e as pessoas são acolhedoras e o valor de 25€ de inscrição é mais do que acessível. Quanto às 10 passagens peço troço de empedrado, é fácil de perceber que o percurso tinha que passar naquele local (devido à linha do comboio, para se poder contornar a estação) ou então não haveria Triatlo Longo e Vila Real de S.António. O que é que preferem? Não gostou? Não apareceram na próxima edição. Por mim, desejo que volte a realizar-se e se puder,lá estarei.

Para quem assiste à prova, e sobretudo para todas aquelas pessoas que não fazem triatlo, uma prova destas parece durar uma eternidade. Pessoalmente, e apesar de todo a energia despendida, do desconforto e das contrariedades que fui enfrentando, acho que o tempo passou rápido de mais, se tiver apenas e só em consideração o quanto eu amo fazer triatlo.

Parabéns a todos os triatletas que concluíram a competição!

Muito obrigado a todos os elementos da organização por nos proporcionarem uma prova segura e com qualidade organizativa, num local maravilhoso e por um preço que já não se usa para provas com estas características.

Resumo da prova:

1. Natação (1900 m): 0:37:33, 72º parcial;
2. Ciclismo (90.5 kms), 2:42:12, 27º parcial;
3. Corrida (21.4 kms): 1:25:41, 23º parcial;
4. Tempo final: 4:45:27 ;
5. Classificação final absoluta: 25º lugar absoluto (170 triatletas na linha de partida e 150 triatletas na linha de meta);
6. Classificação final no escalão sénior: 18º classificado, em 87 participantes.

7. Classificação coletiva do Ateneu Artístico Cartaxense: 11º lugar (19 equipas pontuadas).

Mais informações em:

Federação de Triatlo de Portugal

Próxima competição:

Duatlo de Fátima