sábado, 16 de abril de 2011

Triatlo de Coimbra | 16 de Abril de 2011 | Crónica

A "Cidade dos Estudantes" recebeu a 2ª prova da Taça de Portugal de Triatlo, no sábado, 16 de Abril de 2011.

Apesar de ser numa distância e num formato que nada me favorece, é com imenso prazer, pelo segundo ano consecutivo que finalizo o Triatlo de Coimbra.

Em termos de logística e visionamento para o público, a prova tem um excelente enquadramento, servindo na perfeição o objectivo de promover o evento e a modalidade. São poucas as provas que proporcionam estacionamento, secretariado, parque de transição, balneários e percursos dos três segmentos num raio de tão poucos metros. A organização, da responsabilidade da Câmara Municipal de Coimbra, da Associação Académica de Coimbra, da Federação Académica de Desporto Universitário e da Federação de Triatlo de Portugal, merece um elogio por proporcionar aos muitos atletas e público presentes, um evento muito atractivo e interessante do ponto de vista organizativo e desportivo.

Quanto ao meu empenho e desempenho na prova, o primeiro superou o segundo. Embora sem preparação específica para esta distância, nem descanso prévio, no primeiro segmento, apesar de orientar e navegar bem, apenas melhorei alguns segundos, e ainda não estou ao nível pretendido. Portanto, daqui para a frente o "mestre" Bruno Dias tem total autorização para "chipar" os meus braços, para ver se passo menos tempo a beber pirolitos.

Após me livrar da água, a primeira transição estava a sair lenta, com o fato a teimar em não sair, levando-me a perder alguns segundos. No ciclismo, foi o filme habitual, ou seja, recuperar o máximo de lugares possível, alcançando sucessivos grupos de atletas que sairam - e foram só 111 -, primeiro que eu da água.

Felizmente, durante vários anos fiz ciclismo amador e aprendi muito sobre técnica e tática em cima de bicicleta. Motivo pelo qual, em prova, tento, na medida dos possíveis, organizar o grupo em que me insiro, de modo a que não seja sempre a mesma "mula a puxar a carroça". Mas em vão, e isto apesar da boa vontade de alguns colegas em colaborar, no geral, o pessoal vai muito stressado em não perder o grupo e, ora não partilha o esforço, ora faz manobras perigosas para todos os que estão próximos.

Seria interessante a Federação de Triatlo de Portugal, à semelhança do que foi feito com o formação sobre nutrição, promover uma formação onde, quem achar que necessita e quer aprender mais, tivesse a oportunidade de receber algumas lições sobre como circular isolado e em grupo, curvar, mudar de direcção, utilizar correctamente as desmultiplicações, etc. Pode parecer ridícula esta minha sugestão, mas depois do que presenciei em Alpiarça e Coimbra, em circuitos com várias voltas e curtas, no qual circulam 300 atletas com diferentes rimos e objectivos o assunto pode ficar complicado em determinados momentos.

Também seria interessante explicar a alguns atletas, para o seu próprio bem, que depois de "mamarem" vários quilómetros na roda dos ciclistas mais fortes, não vale a pena dar um esticão a 500 metros do final do segmento de ciclismo, porque acabam por ser catados antes de entrarem para a segunda transição. Além disso, uma mudança tão brusca de ritmo pode estragar a corrente e a cassete. Enfim, artistas.

Após anular uma tentativa de fuga(?), acelerei para a segunda transição - essa sim, rápida e eficaz -, e fui procurando localizar os atletas que são para mim uma referência e, simultaneamente, captar e interpretar as sensações do corpo. Consegui realizar uma corrida constante e terminar a prova em aceleração final, consituindo-se como um bom indicador sobre o actual momento de forma física.

À parte a vertente puramente competitiva, é muito agradável e enriquecedor o convívio com amigos e conhecidos, antes e após a prova. As tecnologias de informação e comunicação são muito úteis e práticas, mas jamais irão substituir a qualidade e o prezer de uma conversa pessoal ou um cumprimento físico entre dois ou mais interlucotores.

Resumo:

1. Natação (0,75 kms): 13:09 (112º tempo parcial);

2. Ciclismo (23,55kms): 37:49 (22º tempo parcial);

3. Corrida (5,0 kms): 19:07 (37º tempo parcial);

4. Tempo final: 1:10:06; 5. Classificação final absoluta: 40º lugar absoluto (299 triatletas na linha de partida e 281 triatletas na linha de meta);

6. Classificação final no escalão sénior: 13º classificado (109 participantes).

Informação detalhada no site da Federação de Triatlo de Portugal

Próxima prova: Internacional de Lisboa, (Longa Distância: 1,9km + 90km + 21,1km), 30 de Abril de 2011.

6 comentários:

Hugo Gomes disse...

(Mais uma) boa prova Pedro!

Parabéns!

Até Lisboa.

Triatleta disse...

Obrigado Hugo!

Foi uma prova melhor que Alpiarça.

E a ti, correu-te bem?

Em Lisboa, espero fazer substancialmente melhor que no ano passado.

Até lá, bons treinos e um abraço.

João Correia disse...

Viva, Pedro.

Quero destacar a excelente sugestão que avivaste e que acho merecedora de todo o crédito; aprender a pedalar em grupo na situação de estrada. Muito boa gente pensa que é fácil, é só chegar ali e ir na roda. Pois bem, ir na roda tem os seus quês e quem já participou em provas de ciclismo ou nestes segmentos de triatlo sabe ou deveria saber que não é bem assim. Olha, eu cá alinhava. Sempre disponível para aprender. O segundo considerando é que realmente nada como ao vivo e a cores. Definitivamente.
Sobre a tua prova, falta-te menos 1' e meio na natação para estares no lugar do pelotão que a tua corrida e ciclismo merecem. Mas é assim.

Forte abraço, companheiro.

Triatleta disse...

Olá João!

Que tal vai a tua participação nas provas de BTT?

A sugestão - e a fundamentação para a mesma -, de organizar a referida formação sobre circular em pelotão, foi feita a quem de direito. Penso que fiz o que está correcto, e a partir de agora, o assunto já não é comigo.

Efectivamente, tenho trabalhado em conjunto com o meu trinador, para baixar dos 13 minutos em 750 metros com fato. Ainda não consegui. Portanto, para atingir o que quero, só me resta uma alternativa: trabalhar mais tempo, mais técnica, e mais rápido.

Um abraço e recupera-me essa saúde para voltares ao Triatlo.

Jordão Alves disse...

Parabéns Pedro, a tua sugestao é optima, alias eu sofro desse mal como não sou nadador sai 5 segundos depois de ti aconteceu me exactamente o mesmo passei os 23 km a tentar organizar o grupo que ia, até cheguei a ter dores de garganta de tanto berrar.
Tenho pena de nao ter ido no teu grupo de certeza que tinha mos feito uma exelente dupla.
Mas com o tempo tudo muda julgo que isto tambem esta a ser mais evidente porque temos uma grande aderencia a esta fantastica modalidade que é o triatlo.
Abraço e boa sorte para Lisboa.

Triatleta disse...

Obrigado Jordão!

Em todos os grupos fazem falta elementos que queiram e saibam partilhar as despesas de levar o grupo ao grupo seguinte e sinceramente, a mim dava-me imenso jeito para chegar mais folgado à corrida.

Por outro lado, fazendo as provas desta forma, o treino é altamente específico para os triatlos sem roda :-)

Um abraço e bons treinos.