Habituado que estou a competir em provas de ciclismo de estrada desde 1999, este tipo de competições são para mim uma rotina, ou seja, passa a ser quase tudo igual. Quase...porque de quando em vez surgem algumas surpresas muito agradáveis. Um dessas surpresas com bastante qualidade, quer em termos de condições para o público como para os atletas, foi o I G.P. de Ciclismo, realizado em Batalha na 3ª-feira, 10 de Junho. Na zona desportiva de Batalha, todos os agentes desportivos tinham à sua disposição tudo o que é essencial para o desenrolar de uma prova deste género: secretariado, balneários, casas de banho, bares, partida, meta, e sombras para o público se proteger do Sol intenso e, simultaneamente, visualizar as 8 passagens dos ciclistas após cada volta com cerca de 9,5 kms.
Quanto à prova, naquele quente feriado em que os ciclistas comemoraram à sua maneira o Dia de Portugal, ou seja, pedalando e sob uma temperatura (finalmente) típica de Verão, às 15:30, mais de uma centena de ciclistas de quatro categorias diferentes partiram decididos para enfrentar um circuito muito exigente fisicamente, no qual, logo após o primeiro quilómetro, surgia uma subida íngreme e longa, finda a qual se encontrava a meta de montanha. A descida que se seguia e uma secção em terreno plano, pareciam ser suficientes para recuperar antes da segunda subida, esta mais curta mas com uma percentagem de inclinação muito elevada, obrigando os ciclistas a pedalarem em pé e a utilizarem desmultiplicações reduzidas. No ponto mais elevado do percurso, o pelotão percorriam uma zona plana a qual, aparentemente, permitia alguma recuperação, não fosse o facto de alguns ciclistas acelerarem a corrida nessa fase, para impedir que os outros mais atrasados na subida anterior recolassem ao pelotão. Descendo vertiginosamente para a meta, volta após volta, o pelotão, cada vez menos numeroso, acelerava para cumprir a volta que se seguia.
O calor, o forte ritmo imposto pelos ciclistas mais bem preparados num percurso tipo "montanha russa" e o desgaste físico próprio de uma competição de ciclismo, foram fragmentando o pelotão e obrigando à desistência de muitos dos participantes que alinharam à partida. E, no final, ganhou mesmo o ciclista mais bem preparado para um percurso onde apenas os melhores conseguiam desafiar e vencer todas as dificuldades do dia: parabéns ao José Silva do Clube de Ciclismo de Salvaterra!!!
Tive oportunidade de elogiar o trabalho da organização junto do principal responsável pela mesma - o Joaquim Trindade -, bem como lança-lhe um desafio: organizar naquele circuito o Campeonato Nacional de Estrada para Veteranos A, B, e C.
Têm todas as condições para acolher para o sucesso dum evento com aquelas características.
Quanto ao que menos interessa - a minha classificação -, não terminei no pelotão...mas também não desiti.
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