sábado, 19 de fevereiro de 2011

Canção de intervenção?!

O grupo Deolinda criou a música "Que parva que eu sou", e pela letra, é uma clara e óbvia crítica à sociedade actual.



Parva Que Eu Sou

Deolinda

Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Os Homens da Luta, sempre em cima do acontecimento, e numa reacção à música dos Deolinda, orquestraram uma música para "defender" os homens do poder e respondem à letra, aos "camaradas" Deolinda.



Que Esperto Que Eu Sou

Homens da Luta

Sou da geração da corrupção
Violo a lei e a Constituição
Que esperto que eu sou

Sou da geração da intimidação
Eu calo jornais e a televisão
Que esperto que eu sou

Sou da geração não-me-canso-de-mais
Estou um piso acima dos comuns mortais
Que esperto que eu sou

1 comentário:

João Correia disse...

Parvos seremos, até o dia em que nos cansemos de nos fazerem mais parvos do que o que somos.
Abraço, TriPP.